 Pois bem, 007 Contra Spectre não é Skyfall. Estamos diante de um "Bond Bond". É um clássico filme da franquia, respeitando todo o formato e todos os clichês, mas não traz novidades. Não há diferencial. Por outro lado, é importante destacar que pode não ser o melhor, mas também não é o pior longa desta nova safra, sendo superior a 007 - Quantum of Solace.
Pois bem, 007 Contra Spectre não é Skyfall. Estamos diante de um "Bond Bond". É um clássico filme da franquia, respeitando todo o formato e todos os clichês, mas não traz novidades. Não há diferencial. Por outro lado, é importante destacar que pode não ser o melhor, mas também não é o pior longa desta nova safra, sendo superior a 007 - Quantum of Solace.Após os trágicos acontecimentos no anterior, uma nova pista leva Bond ao México e, em seguida, a Roma, Áustria e por aí vai. Aos poucos, ele descobre a existência de uma organização secreta internacional que parece ligada a todos os problemas que enfrentou anteriormente. A mesma é liderada por um homem misterioso (Christoph Waltz), cujo passado também está ligado ao de 007.
Ao mesmo tempo em que o herói está ocupado com a investigação, o serviço secreto britânico passa por uma mudança importante, com M (Ralph Fiennes) sendo obrigado a lidar com nomes do governo mais interessados em vigilância global e drones do que em manter agentes com licença para matar.
Se é difícil até lembrar a Bond Girl de Skyfall, aqui voltamos a ter figuras femininas sexy importantes na trama. Quer dizer, uma é realmente importante (Léa Seydoux), com as demais servindo mais para contagem de fãs de quantas mulheres dormiram com o personagem, como são os casos de Monica Bellucci e Stephanie Sigman.
A dinâmica lembra um pouco a de 007 - Cassino Royale, com direito a viagem de trem com herói e mocinha flertando um de frente pro outro numa mesa. O vilão também está no mesmo nível do visto em Cassino, longe do Silva de Javier Bardem, mas infinitamente superior ao de Quantum (qual era o vilão mesmo?). Neste sentido, cabe elogiar Christoph Waltz, que entrega uma atuação bem mais contida do que a vista em Quero Matar Meu Chefe 2e Grandes Olhos, para citar dois exemplos recentes. Ótimo nas parcerias com Quentin Tarantino (Bastardos Inglóriose Django Livre), o ator parecia destinado a viver sempre o mesmo tipo de papel. Aqui ele oferece algo diferente, embora apresente um ou outro maneirismo.
 Mas o grande destaque da produção, como não poderia deixar de ser, continua sendo Daniel Craig. O astro possui um vigor impressionante nas cenas de ação e uma intensidade que dá mesmo a impressão de que pode conquistar ou lidar com qualquer pessoa que passe por sua frente.
Mas o grande destaque da produção, como não poderia deixar de ser, continua sendo Daniel Craig. O astro possui um vigor impressionante nas cenas de ação e uma intensidade que dá mesmo a impressão de que pode conquistar ou lidar com qualquer pessoa que passe por sua frente.Escrito por John Logan, com a colaboração de Neal Purvis e Robert Wade, o roteiro falha naquilo queCassino e Skyfall acertaram em cheio: produzir uma carga dramática ao personagem. A trama até insere elementos dos filmes anteriores e faz muitas menções a traumas passados, mas em nenhum momento consegue inserir peso dramático a tais referências. Fala em dor, mas não transmite. E ainda deixa uma série de questionamentos sobre a infância do herói e do vilão.
Conhecida pelo trabalho em Azul é a Cor Mais Quente, Léa Seydoux está bem na pele da Bond Girl clássica, embora seja clara a intenção do longa em transformá-la no que foi Eva Green no primeiro. Curiosamente, as duas são atrizes francesas.
O elenco conta ainda com Dave Bautista, na pele de um vilão forte (muito forte) e calado, que parece até uma homenagem ao clássico Jaws, vivido pelo recém-falecido Richard Kiel. Andrew Scott, Ben Whishaw e Naomie Harrissurgem bem em papéis secundários, especialmente Whishaw, que interpreta um Q leal a Bond, mas com opiniões e vontades próprias.
Spectre começa de forma incrível, com Bond em meio a celebração do Dia dos Mortos no México. A cena inicial é um plano-sequência incrível, com a câmera navegando pela frente, pelas costas e por cima do protagonista, chegando até a assumir o ponto de vista subjetivo. O diretor Sam Mendes realiza um trabalho competente, com grandes tomadas e cenas de ação, mas sem profundidade gramática.
 Mas nem tudo merece destaque na competente fotografia do holandês Hoyte Van Hoytema, que já havia brilhado antes em O Espião que Sabia Demais e Interestelar. Ele faz uma opção um pouco questionável no trabalho com o foco, ajustando o mesmo rapidamente em vários momentos. Em algumas cenas, funciona bem, principalmente quando temos duas pessoas em cena e o foco muda de uma para a outra. Mas em outros momentos, parece apenas um artifício técnico sem importância narrativa.
Mas nem tudo merece destaque na competente fotografia do holandês Hoyte Van Hoytema, que já havia brilhado antes em O Espião que Sabia Demais e Interestelar. Ele faz uma opção um pouco questionável no trabalho com o foco, ajustando o mesmo rapidamente em vários momentos. Em algumas cenas, funciona bem, principalmente quando temos duas pessoas em cena e o foco muda de uma para a outra. Mas em outros momentos, parece apenas um artifício técnico sem importância narrativa.  Outro problema é a trilha sonora de Thomas Newman, que é excessiva e ainda deixa um pouco de lado o tema clássico de Monty Norman. Neste sentido, também decepciona a música-tema de Sam Smith, "Writting´s On The Wall", que acaba prejudicando uma abertura visualmente atraente e servindo quase como um anticlímax.
Ainda assim, o filme oferece um bom entretenimento e irá saciar a vontade dos fãs de reencontrar James Bond e seu universo clássico. Poderia apenas oferecer mais elementos não necessariamente novos, mas que tirassem a trama do lugar comum.


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